sábado, 25 de maio de 2013

UM POUCO DE ANTROPOLOGIA: MARCELO MAUSS E MARGARETH MEAD


Margareth Mead
Margaret Mead revolucionou a antropologia ao torná-la popular e ao alcance dos leigos. Seu objetivo era dar às pessoas comuns uma ferramenta para entender seu lugar no mundo. Ela demonstrou que os papéis sexuais eram determinados pelas expectativas sociais e provou a importância das relações raciais para a conservação da espécie. Mas seus estudos inovadores, registrados em livros como Coming of Age in Samoa (1928), sempre criaram polêmica. Segundo os críticos, os dados das pesquisas da antropóloga eram seletivos e suas conclusões simplistas. A cientista foi considerada uma aventureira sexual pelos conservadores. Sem se preocupar com os ataques, ela acreditava que o objetivo da antropologia era melhorar a raça humana. Para isso, defendia que o mundo moderno tinha muito o que aprender com outras civilizações. Em inúmeros livros e artigos, escreveu sobre os direitos da mulher e contra o racismo e o preconceito sexual.

 A antropóloga norte-americana Margareth Mead, analizando a relação entre cultura e educação, distingue três tipos de cultura: a pós-figurativa, a co-figurativa e a pré-figurativa. A primeira designa o tipo de sociedade e de cultura em que as crianças aprendem dos mais idosos, isto é, dos que pertencem a pelo menos duas gerações anteriores. Não há questionamento e o acervo cultural é tido como definitivo. Na segunda, prepondera como modo de aprendizado de crianças e jovens o comportamento dos seus próprios pares. É o caso de filhos de imigrantes, que se orientam menos pelos pais estrangeiros que pelos seus colegas do país ou região para onde emigraram. Na terceira, são os adultos que aprendem com os jovens. 2. Nas sociedades contemporâneas desenvolvidas co-existem os três tipos, mas há uma forte tendência de crescente importância da cultura pré-figurativa. As mudanças constantes da tecnologia e da ciência permitem que gerações mais jovens passem a ter um repositório maior e mais atualizado que as gerações mais antigas. Estas tendem, então, a cuidar mais de ensinar como aprender e não o que aprender. (cf. Duarte, S.Guerra. DBE. 1986)."  
Margareth Mead uma antropóloga americana, afirmou que a Cultura é uma lente através da qual o homem enxerga a realidade. Com isto ela quiz dizer que há uma multiplicidade de formas de ver o mundo, dependendo da maneira como se foi ensinado a vê-lo e que isto não depende da cor da pele de uma pessoa, do lugar onde ela nasceu ou do clima onde vive
Marcelo Mauss
Marcel Mauss (Epinal 10 de Maio de 1872 - Paris 10 de Fevereiro de 1950) foi umsociólogo e antropólogo nascido quatorze anos mais tarde e na mesma cidade que Émile Durkheim, de quem é sobrinho. Trabalhou a vida toda para distinguir uma ciênciapropriamente social.
Ciência distinta, por exemplo, da psicologia cujos objetos são, segundo Mauss, as representações individuais, enquanto que na ciência social os objetos são as representações coletivas de caráter autônomo e inconsciente ao próprio indivíduo que as tem em sua consciência.

Primeiro livro de Mauss (1872-1950), o volume alargou o prestígio que o intelectual tinha nos círculos universitários franceses e o consagrou como um dos fundadores da antropologia moderna.

Com temas tão distintos como a função da magia nas sociedades ditas "primitivas" ou o modo como nelas se lidava com o corpo (desde as diferentes maneiras de andar até as posições sexuais), os ensaios de "Sociologia e Antropologia" ilustram a amplitude do pensamento "maussiano".

Essa elasticidade ficará visível no ciclo "Leituras de Mauss", que a editora Cosac & Naify, responsável pela publicação, realiza na USP em parceria com o departamento de antropologia e o programa de pós-graduação de antropologia social da universidade.

O primeiro dia do evento, amanhã, será dos professores de antropologia. Beatriz Perrone-Moisés, da USP, abre os trabalhos falando sobre "a noção de pessoa".

"A grande lição desse texto", opina a professora, "é a idéia de que cada cultura tem uma noção própria do que é o ser humano". "A noção de indivíduo, que costumamos considerar como universal, é recente e restrita ao ocidente", completa a tradutora de Lévi-Strauss (que assina a introdução de "Sociologia e Antropologia").

O texto mais conhecido de Mauss, "Ensaio sobre a Dádiva", será o tema de João Dal Poz, professor da Universidade Federal de Mato Grosso. Segundo a professora da USP Fernanda Peixoto, que organizou o evento com a antropóloga Florencia Ferrari (coordenadora editorial do livro), o etnólogo falará sobre leituras contemporâneas do texto, no qual "Mauss define as sociedades não ocidentais como fundamentadas na idéia de troca".

Em "Ensaio sobre a Dádiva", de 1924, que foi considerado um dos dez textos mais importantes da não-ficção no século 20 por júri do caderno Mais! em 11/4/1999, Maussdescreve a obrigatoriedade de dar e retribuir presentes em sociedades "primitivas" (o que pode ser alargado para todas as sociedades) como "fato social total".

Com esse segundo conceito, derivado das idéias de seu tio, Émile Durkheim (que faz parte do tripé elementar da sociologia, com Marx e Max Weber), Mauss pretende mostrar como nas trocas (dar, receber e retribuir) exprimem-se as instituições religiosas, jurídicas, morais, econômicas.

A terceira componente da mesa em "Leituras de Mauss" deixa um pouco esse universo de lado para concentrar-se no percurso mais pessoal do pensador. Léa Freitas Perez, professora da Universidade Federal de Minas Gerais, que está traduzindo biografia de Maussfeita por Michel Fournier, vai falar sobre seu papel como mestre de nomes tão variados como Lévi-Strauss, Michel Leiris e George Bataille, entre outros.

Bataille, ensaísta e romancista, e sua relação com Mauss serão tema ainda de palestra do segundo dia do evento, em intervenção da professora de literatura da PUC-SP Eliane Robert Moraes.

Outros dois "estranhos no ninho" antropológico completam a mesa: Heloisa Pontes, da Unicamp, que vai discutir os ensaios de Mauss sobre o corpo, e o artista Arthur Omar ("tudo o que faço é também uma certa antropologia", diz o autor do livro "Antropologia da Face Gloriosa").
O potlatch é uma cerimônia praticada entre tribos índigenas da América do Norte, como os Haida, os Tlingit, os Salish e os Kwakiutl. Também há um ritual semelhante na Melanésia.
Consiste num festejo religioso de homenagem, geralmente envolvendo um banquete de carne defoca ou salmão, seguido por uma renúncia a todos os bens materiais acumulados pelo homenageado – bens que devem ser entregues a parentes e amigos. A própria palavra potlatchsignifica dar, caracterizando o ritual como de oferta de bens e de redistribuição da riqueza. A expectativa do homenageado é receber presentes também daqueles para os quais deu seus bens, quando for a hora do potlatch destes.
O valor e a qualidade dos bens dados como presente são um sinal do prestígio do homenageado. Originalmente o potlatch acontecia somente em certas ocasiões da vida dos indígenas, como o nascimento de um filho; mas com a interferência dos negociantes europeus, os potlaches passaram a ser mais frequentes (pois haviam bens comprados para serem presenteados) e em algumas tribos surgiu uma verdadeira guerra de forças baseada no potlatch. Em alguns casos, os bens eram simplesmente destruídos após a cerimônia.
Os governos canadense e estadunidense proibiram o potlach em fins do século XIX, por considerar o ritual uma perda "irracional" de recursos. Com a compreensão do significado do potlatch, a proibição desapareceu em 1934 nos EUA e em 1954 no Canadá. Algumas tribos praticam a cerimônia ainda hoje, e os presentes incluem dinheiro, taças, copos, mantas, etc

Nenhum comentário: